Disfarce

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Adoro o quando o vento toca silenciosamente meu rosto, quando bagunça meu cabelo, quando me deixa arrepiada...

Gosto quando sinto cada gota de chuva na minha pele e quando dou por mim, ela já me deixou ensopada... 

É perfeito quando o sol aparece entre nuvens, quando não esperamos por ele, quando está frio e ele simplesmente aparece... 

O cheiro da terra molhada, invadindo todo o meu interior e me levando pra lugares distantes... 

E quando do nada, você lembra de olhar pro céu,  a perfeição dele assusta, o modo como está a lua e como brilham as estrelas distantes e não importa onde você esteja, será sempre o mesmo céu, a mesma lua e as mesmas estrelas...

Tanto tempo longe e tudo que me vem a cabeça, são nuvens, vento, chuva, sol, lua, terra... 
Porque agora não quero falar e nem pensar nele...


  

Decisões

quinta-feira, 23 de junho de 2011


As provas já estavam no chão, todo aquele papel rasgado, todas as fotos em pedaços, todos os lenços com lagrimas, bastava olhar para baixo e o que temíamos estava lá.
No céu as estrelas perderam a graça, a lua continuava a mesma, já não emocionava mais, era divertido ver os balões caindo.
No baralho o fim estava detalhado, a bola de cristal foi quebrada pra ocultar a verdade, ao ler minha mão à cigana chorou, o índio apagou a fogueira, o padre me deu as costas.
Então juntei todos os papeis, levei pra o lugar mais distante e coloquei fogo, mas o fogo não queimou a dor.
Por mais que o tempo passasse o fogo ainda queimava dentro de mim, as cinzas não me deixavam esquecer...
Você nunca disse que haveria escolhas, porque você sempre deixou me deixou tomar nossas decisões.
Voei pra longe, achando que você seguiria meus passos. E agora tomamos outros caminhos, outras coisas, outras pessoas...
Por favor, guardem a Lua. Apaguem as estrelas. Tirem o sabor do mar.
Que as velas se apaguem. Pois agora só existe a fumaça...

Veneno

domingo, 3 de abril de 2011

Carregamos um coração partido, cheio de mágoas, decepções, feridas que nem o tempo é capaz de curar, cicatrizes que jamais desaparecem (tu e eu). Tínhamos apenas que ser (nós), as mãos dadas, os sorrisos sinceros, os gestos de carinho, as ligações no meio da noite, as mensagens, os apelidos bobos, os olhares, os encontros, o cuidado.
Tudo que não tínhamos. Tudo o que não nos fora dado, estava ali, bem na nossa frente. Mentimos ao dizer que deixamos de amar o passado. 
O que já está determinado, não pode ser alterado, então tínhamos (eu e você) que viver aquele breve momento de falsa felicidade. Porque aceitar um destino feliz, se podemos correr atrás de quem não nos ama? Nos afastar ainda mais, magoar ainda mais...
Desde o inicio fadados ao fracasso, como duas cobras enroscadas de veneno, como uma rosa sufocada entre espinhos (nós). E ter que insistir e persistir no mesmo erro, criou enormes cicatrizes, que nem mesmo o tempo, a distancia ou a falta de compaixão supera (tu e eu).
Caminhando lado a lado, ao abismo, pulamos juntos, mas parece que só eu que me lancei. Você apenas seguiu meus passos e por isso a queda não te afetou muito, (você) pra dizer que tudo não passou de um engano, que não podia ter pulado, mas resolveu ir até o abismo, resolveu pular, mas nunca teve a intenção de se entregar.
Não existe lugar para um coração partido (meu). Porque você expõe as feridas dia após dia, com o seu jeito de errar não errando, de magoar sem querer ou de propósito, com a sua falta de apatia. E não conseguir te odiar me causa arrepios. E talvez eu consiga seguir assim, com o coração semi cicatrizado, torcendo para que o tempo acelere, porque quanto mais o tempo passar, por menos tempo pensarei em você.

Primavera

domingo, 27 de março de 2011


Doce, quente e com infinitas cores... Você chegou à minha vida como uma doce brisa.
Calmo, tranquilo, envolvente, eu precisa viver esse sonho, queria sua proteção e o amor que você disse sentir.
Gostava do seu sorriso quando me via chegar, gostava do seu sussurro no meu ouvido e do jeito que você mexia no meu cabelo.
E de quando você ligava pra dizer “olá”. Eu não me sentia sozinha. Porque eu tinha você. Você e todas as cores.
Seu coração nunca foi meu, suas palavras nunca foram reais. Tudo passou de uma doce mentira. De uma desculpa pra esconder suas dores.
Uma ilusão.
Você nunca esteve comigo, você nunca foi meu.
Eu não sabia que você ia fazer falta. Achei que você estaria na minha vida pra ficar. E do nada as coisas ficaram fora do lugar.
A brisa virou ventania. O doce virou amargo. O príncipe virou sapo. Tudo perdeu a cor.
Eu achei que a primavera tinha chegado. E era apenas o inverno camuflado.


Sentidos

quinta-feira, 24 de março de 2011

Olhos que pela ultima vez admiram esse rosto, aproveitem cada instante, leve para minha memória cada detalhe, o traço do rosto, o contorno dos lábios, as expressões, os sorrisos, os gestos e principalmente a cor dos olhos. Grave na minha memória, não me deixe partir se isso não for lembrado.
Boca diga palavras gentis que possam ser lembradas e não palavras rudes, que são a que tanto deseja, boca sinta o ultimo beijo, apenas sinta e diga o que na verdade sentes.
Ouvido não leve em consideração as palavras ditas sem motivo, às palavras que procuram afetar e esconder os sentimentos.
Nariz cheire pela ultima vez a pele que de longe você reconhece o cheiro, que está grudado em mim, como uma tatuagem, o perfume que faz disparar meu coração.
Mãos agarrem com força e levemente, cada pedacinho, centímetro por centímetro sem pressa.
Pele, ai pele! Você que tenta resistir e quando não consegue, não pode se afastar. Quero que você sinta sem medo de errar, cada toque, cada apelo, todos os carinhos, todos os abraços e beijos e afagos.  Quero apenas que você se deixe levar...
Coração que sempre foi teimoso peço que desta vez, você acelere na medida certa, que não seja demais, porque ele pode se convencer e nem de menos pois ele pode achar que você não sente mais nada, e sabemos que você sente. 
Corpo vá até lá lembrando que essa é ultima vez, então olhe nos olhos, beije sem medidas, escute com atenção, sinta o perfume, abrace com força, sinta cada toque, acelere e se deixe levar e vá embora... Afinal de contas... É a ultima vez.

Validade

segunda-feira, 21 de março de 2011

Eu nunca consegui dizer “adeus”
Das inúmeras vezes que tentei...
Foi tudo da boca pra fora
Então eu ia pra casa, tentando aos poucos retomar minha rotina
E quando o telefone tocava...
Torcia para que fosse você
Discava seu numero inúmeras vezes
Mas nunca conseguia completar a ligação
Tudo o que eu queria dizer...
Era que eu sentia sua falta.
Que precisava de você.
Que lamentava não estarmos juntos.
Mas eu simplesmente te deixava partir.
Fingindo estar bem.
Quando na verdade precisava de você comigo.
Toda vez que você ia embora levava consigo meu coração.
Eu nunca achei que sentiria tanto a sua falta.
Mas uma vez estamos afastados
E eu queria ver você.
Seria bom estar ao seu lado agora.




Dia 1

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Essa sou eu, tentando a cada dia seguir sem você, querendo arrancar tudo o que tenho de você dentro de mim.
Sou eu. Explicando 1000 vezes por dia ao meu coração a razão de não podermos ficar juntos.
Tentando aceitar a dor.
Fugindo para não olhar pro céu, pois a única estrela que queria ver agora brilha cada vez mais linda, em um céu que não é o meu.
Nessa saudade é que me prendo, e procuro guardar na memória, todos os nossos momentos, eternos em minha mente.
Desejo-te o tempo todo e mesmo assim não estou ao seu lado.
A chuva cai silenciosamente, junto com minhas lagrimas, tento a cada dia superar, disfarçar com um sorriso, e que mesmo agora enquanto escrevo, enquanto chove, enquanto a musica toca, as mesmas lagrimas insistem em cair...
Hoje aprendi com o Sol uma lição que apesar da tempestade do dia passado, ele nasceu e brilhou.