Veneno

domingo, 3 de abril de 2011

Carregamos um coração partido, cheio de mágoas, decepções, feridas que nem o tempo é capaz de curar, cicatrizes que jamais desaparecem (tu e eu). Tínhamos apenas que ser (nós), as mãos dadas, os sorrisos sinceros, os gestos de carinho, as ligações no meio da noite, as mensagens, os apelidos bobos, os olhares, os encontros, o cuidado.
Tudo que não tínhamos. Tudo o que não nos fora dado, estava ali, bem na nossa frente. Mentimos ao dizer que deixamos de amar o passado. 
O que já está determinado, não pode ser alterado, então tínhamos (eu e você) que viver aquele breve momento de falsa felicidade. Porque aceitar um destino feliz, se podemos correr atrás de quem não nos ama? Nos afastar ainda mais, magoar ainda mais...
Desde o inicio fadados ao fracasso, como duas cobras enroscadas de veneno, como uma rosa sufocada entre espinhos (nós). E ter que insistir e persistir no mesmo erro, criou enormes cicatrizes, que nem mesmo o tempo, a distancia ou a falta de compaixão supera (tu e eu).
Caminhando lado a lado, ao abismo, pulamos juntos, mas parece que só eu que me lancei. Você apenas seguiu meus passos e por isso a queda não te afetou muito, (você) pra dizer que tudo não passou de um engano, que não podia ter pulado, mas resolveu ir até o abismo, resolveu pular, mas nunca teve a intenção de se entregar.
Não existe lugar para um coração partido (meu). Porque você expõe as feridas dia após dia, com o seu jeito de errar não errando, de magoar sem querer ou de propósito, com a sua falta de apatia. E não conseguir te odiar me causa arrepios. E talvez eu consiga seguir assim, com o coração semi cicatrizado, torcendo para que o tempo acelere, porque quanto mais o tempo passar, por menos tempo pensarei em você.